
Mais um dia na vida dela, igual a outro qualquer que já tenha existido.
O tempo passava, mas nada parecia mudar, mesmo quando tentava, era como se soubesse que já estava fadada ao fracasso.
Ela se esforçava, jura, doava o seu máximo para aprender a conviver e a melhorar a si mesma, mas parecia que cada tentativa era só a chance de estragar as coisas de uma forma diferente da anterior.
Tornara-se praticamente um muro, intransponível, ser inanimado, já não havia restado nada ao redor, nem mesmo um musgozinho inconveniente fazendo-lhe as vezes de parasita.
Sozinha, sempre tinha a impressão de estar presa à metade de um caminho que parecia imposto a ser seguido, mas lhe faltava força, vontade de percorrer.
Nada interessa, pensou. De que me vale apressar-me a atingir algum objetivo, qualquer que seja, sentir deixou de ser uma opção há muito tempo.
Desacompanhada de alegria ou tristeza, estava decidida a dar os passos que ainda lhe restavam, trôpega ou preguiçosa, ainda que impaciente, visando chegar ao fim de algo que sequer começou.

